domingo, 21 de outubro de 2007

Leituras...

E lendo, lendo...
(...)Crescêramos entretanto. Ele parecia mais meigo e cuidadoso, e eu estava, que remédio, menos assustada. E ainda bem, porque o melhor do sexo é, de longe, o esquecimento.
Estivemos naquilo uma hora, talvez duas, explorando-nos avidamente, começando e recomeçando os mesmos gestos, velhos e novos. Beijamo-nos, esfregamo-nos um no outro, gritamos, entrelaçamo-nos como bichos. Finalmente, experimentei um gozo tão agudo, superlativo e inesperado – um espasmo, uma convulsão, um choque eléctrico? – que me alarmou e me molhou os olhos, quase ao mesmo tempo. Não estava preparada para aquilo, ninguém me avisara, era um gozo maior do que eu podia aguentar. Rendida, solucei convulsivamente, agarrada a almofada. Voltava a sentir aquela fatalidade, aquela sujeição. O sexo revelava-se, enfim, em todo o seu fulgor: anestésico, distensor, e tonificante como mais nada na vida. Começava finalmente a perceber finalmente por que razão as pessoas se perdiam nele, arriscando tudo: dinheiro, carreiras, sáude, filhos e sarilhos. Subjugava-nos contra todas as resistências e devolvia-nos, de novo, ao paraíso.(...)
Acho que estas palavras bastam...

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