segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Casa Dajani de Alon Hilu

Arredores de Jafa, 1895. Salah Dajani, um rapazinho muçulmano perturbado que vive num casarão em ruínas rodeado de pomares ao abandono, é consumido por estranhas visões de um desastre que se abaterá sobre o seu povo. A sua vida é, porém, virada do avesso com a chegada à cidade de um homem loiro e bonito, um colono judeu extremamente dinâmico, por quem se sente atraído e que vê como uma espécie de anjo salvador. Trata-se do agrónomo Haim Margaliot Kalvarisky, que rumou à terra dos antepassados na esperança de salvar o seu casamento com Ester - bela, mas frígida - e que anda desesperadamente à procura de terra fértil.
Desde a sua primeira visita à Casa Dajani - para a qual é convidado pela mãe de Salah, que vê nele a última esperança de cura para a agonia do filho -, a amizade entre Kalvarisky e o rapaz está, contudo, destinada à violência e à tragédia. Porque o colono não só cobiça a propriedade que o deslumbra, mas também a bela mulher árabe de olhos verdes, cujo marido se encontra quase sempre fora e acabará por morrer em circunstâncias misteriosas.
Este romance rico e colorido, construído a partir dos diários antagónicos dos dois protagonistas à medida que negoceiam o amor, a honra e a traição numa Palestina em mudança, é uma recriação ficcional da história dos primeiros sionistas e uma apresentação magistral do confronto entre duas culturas através dos sentimentos individuais de duas personagens notáveis.
Só mais um livro que já esta acabado. Ainda bem que trouxe mais um livro para ler nestas ferias, é que hoje de manha quando acabei de ler este fiquei por assim dizer, a apanhar uma grande seca, sem ter mesmo mais nada para fazer (ler!) por isso... Venha o próximo!

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