domingo, 18 de novembro de 2007

"Outono" de Tiago Bettencourt

Hoje, só por ser Outono, vou chamar-te "meu amor"
Contra as regras do que somos, vou chamar-te "meu amor"
Hoje só por ser diferente te encontrar


É tanto o fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
E embora fique tanto por contar
Hoje, só por ser Outono, vou...


Entre dentes, entre a fuga, vou chamar-te "meu amor"
Enquanto não se encontra forma, vou chamar-te "meu amor"
Entre gente que é demais e tão pequena para saber


Que é tanto vento a favor
Mas tão pouco o espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar...
Hoje, só por ser Outono, vou...


E há flores e há cores e há folhas no chão
que podem não voltar...
podes não voltar.
Mas é eterno em nós
e não vai sair...


Desce o tempo e a noite vem lembrar que as tuas mãos
também
já não são de nós para ficar


Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje, só por ser Outono, vou...


É engracado as semelhanças que se pode constatar entre a minha vida e as primeiras rimas desta letra...

Sem comentários: