segunda-feira, 18 de junho de 2007

Há dias em que mais vale

Há dias em que nos sentimos presos.
Presos a nós proprios, a alguém, a familia, aos amigos...
Presos a cidade, a casa...
Presos a escola, ao emprego...
PRESOS A VIDA.

Há dias
Em que não cabes na pele com que andas:
Parece comprada em segunda mão,
Um pouco curta nas mangas.

Há dias
Em que cada passo é mais um castigo de Deus:
Parece que os sapatos que vês, enfiados nos pés,
Nem sequer são os teus.

Há noite voltas a casa, ao porto seguro.
E p'ra sarar mais esta corrida,
Vais lamber a ferida para um canto mais escuro.

Já vi,
Há dias em que tu não cabes em ti.

Avança na cara desse turpor, que te prende e te
seduz.
A espada como um matador, com gesto maior,
No seu peito Andaluz.

Avança com a raiva que sentes,
Quando rangem os dentes, ao peso da cruz.
Ao peso da cruz.

Parece que pagamos os pecados deste mundo
Amarrados aos remos de um barco que está no fundo.

Enfim...
Há dias em que eu também estou assim.

Avança na cara desse turpor, que te prende e te
seduz.
A espada como um matador, com gesto maior,
No seu peito Andaluz.

Avança com a raiva que sentes,
Quando rangem os dentes, ao peso da cruz.
Ao peso da cruz.

Ala dos Namorados - Há dias em que mais vale - João Monge



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