terça-feira, 14 de novembro de 2006

Dia Mundial do Diabetico

E por hoje ser o meu dia e o dia de milhares de outras pessoas, por hoje ser o DIA MUNDIAL DO DIABETICO, aqui fica uma pequena introdução à diabetes, as ideias básicas para se compreender a doença!(Obrigado Carlos pelo texto!ajdp.org)

A DIABETES
A diabetes é uma doença endócrina, que se caracteriza pela fraca ou inexistente produção de insulina, por parte do pâncreas, ou por resistência à mesma, que leva a um aumento de concentração de açúcar no sangue (glicemia).Podem-se distinguir essencialmente então dois tipos de diabetes:
O tipo I, Diabetes Mellitus, em que o pâncreas cessa de vez a produção de insulina, e torna-se necessário administrar a insulina por outra via (injecções diárias ou por inalação).
O tipo II, mais comum nos países mais avançados, em que o corpo apresenta resistência à absorção da insulina existente no sangue. Este tipo de diabetes pode ter vários tratamentos: uma dieta um pouco mais rigorosa, comprimidos que permitem diminuir a resistência à insulina, ou em casos mais acentuados, até a administração de insulina. É no entanto sempre essencial a prática de exercício físico.
Podemos ainda encontrar casos em que a diabetes é apenas temporária, como no caso da diabetes que surge na gravidez (diabetes gestacional), ou que aparece como consequência de uma outra doença.

Sintomas
Os sintomas que antecedem o diagnóstico da diabetes são muito variados, e dependem de pessoa para pessoa. Os mais comuns são:
-Aumento da sede (polidipsia) e da fome (polifagia)
-Necessidade de urinar muitas vezes
-Perda acentuada de peso
-Cansaço constante
Estes sintomas aparecem como consequência da falta de insulina e consequente aumento da glicose no sangue.A falta de insulina não permite que o corpo use o açúcar como fonte de energia, e como alternativa o metabolismo queima gorduras. Isto provoca a perda acentuada de peso, assim como o aparecimento de cetoacidose (cetonas no sangue). A fome que o novo diabético sente deriva do facto do corpo tentar arranjar fontes de açúcar!A polidipsia e a necessidade de urinar frequentemente são o resultado do excesso de glicemia, são a resposta do corpo na esperança de expelir o açúcar em excesso através dos rins! A sede aparece como resposta a uma eventual desidratação.
É de notar que estes sintomas se podem arrastar durante alguns meses, ou simplesmente algumas semanas, e podem existir outras manifestações de sintomas menos comuns!Em caso de dúvidas, O melhor é sempre dar um saltinho à farmácia mais próxima e pedir para fazer um teste à glicémia!

Controlo
A diabetes é uma doença crónica, que mal controlada pode ter efeitos devastadores a médio e longo prazo! No entanto, se bem controlado, o diabético pode ter uma vida perfeitamente normal.O controlo do diabético passa por uma monitorização da glicemia, utilizando um dos vários medidores disponíveis no mercado. Enquanto um diabético de tipo II pode fazer glicémias em intervalos de tempo bastante espaçados (semanalmente ou quinzenalmente), um diabético de tipo I deve fazer cerca de 4 ou 5 glicémias diárias, às principais refeições, de modo a determinar as doses de insulina adequadas à sua situação actual.Para manter a glicémia dentro de valores normais (entre os 80mg/dl e os 120mg/dl), é necessário haver um balanço entre três importantes factores: insulina, comida e exercício físico. Existem também outros factores, como o stress, outras doenças, e até simples alterações de metabolismo.Ao contrário da opinião de ainda muita gente, o exercício físico DEVE fazer parte da vida do diabético, uma vez que lhe permite baixar a glicémia, aproveitar melhor a insulina e ajuda a prevenir problemas vasculares. A dieta do diabético não tem de ser extremamente rígida, mas é necessário saber compensar os excessos ou as falhas com o exercício físico e com a insulina. Caso isso não se verifique, pode-se dar o caso de ficar com uma hipoglicemia (baixa concentração de açúcar) ou hiperglicemia (elevada concentração de açúcar).

Hipoglicemias
Uma hipoglicemia é um descontrolo da glicemia, quando esta desce abaixo dos valores desejáveis. A falta de açúcar no sangue tem efeitos imediatos, uma vez que o nosso cérebro necessita de açúcar para funcionar correctamente, os nossos músculos necessitam de açúcar para se mexerem...As causas da hipoglicemia são muito extensas. Pode ser por excesso de insulina, exercício físico não compensado com comida, alterações hormonais ou alimentação pouco calórica.Os sintomas de hipoglicemia são muito variados, e variam não só de pessoa para pessoa como de hipo para hipo. As mais comuns são:
-Tonturas
-Suores frios
-Tremores
-Cansaço
-Sonolência
-Palidez
-Dificuldade de visão
-Confusão mental
A compensação da hipoglicemia deve ser feita de imediato, ingerindo açúcar, quer na forma bruta, quer através de sumos ou pastilhas de glucose, que possuem açúcar de acção rápida. No entanto, devido ao rápido consumo deste tipo de açúcares, devemos ainda complementar com hidratos de carbono (contidos em bolachas, pão...) de forma a não termos uma recaída.Se não compensarmos a hipoglicemia a tempo, pode ocorrer um desmaio ou mesmo coma hipoglicémico, acompanhado por convulsões. Esta situação é extemamente grave, já que indica uma forte quebra de açúcar, que tem efeitos a nível cerebral. Neste caso torna-se necessário a injecção de uma outra substância (obviamente por outra pessoa), chamada glucagon. Esta substância vai permitir a libertação de glicogénio, o açúcar armazenado pelo fígado.
Existe ainda mais um factor que vale a pena salientar. Apesar de não haver produção de insulina, o pâncreas ainda produz outras substâncias, como o glucagon. Ocorre por vezes a libertação de glucagen se o corpo detectar uma hipoglicemia. Este efeito, somado à comepnsação feita pela própria pessoa, leva muitas vezes a um estado de hiperglicemia. Ainda que este efeito se verifique, não se deve deixar de compensar hipoglicemias, porque este mecanismo por parte do corpo não é certo que ocorra!

Hiperglicemias
A hiperglicemia é um descontrolo da glicemia, oposto à hipoglicemia. Trata-se de um aumento da concentração de açúcar no sangue, causado maioritariamente pelas seguintes causas:
Alimentação pouco cuidada
Falta de exercício físico
Falta de insulina
Situações de Adrenalina (porque dá início a mecanismos que têm um efeito semelhante ao do glucagon)
Os efeitos mais graves da hiperglicemia raras vezes se fazem sentir de forma imediata, excepto se se tratar de uma hiperglicemia muito acentuada! No entanto, é normal sentir-se sede, fome, cansaço e até caimbrãs quando a glicémia está muito acima do desejável.No entanto, se o estado de hiperglicemia se prolongar durante longos períodos de tempo e de forma frequente no dia-a-dia, a médio e longo prazo (normalmente no espaço de anos) vai haver efeitos nefastos e devastadores para o diabético. Alguns dos problemas principais:
-Retinopatia (olhos)
-Nefropatia (rins)
-Fragilização dos vasos sanguíneos
-Problemas vasculares
-Diminuição da cicatrização (especialmente nas extremidades)
-Em casos extremos, pode levar a amputações
Mas é de salientar que todos estes problemas aparecem quando há DESCONTROLO. Ou seja, um diabético controlado terá tantos problemas como um indivíduo sem a mesma doença! Devido à falta de meios de controlo da diabetes há uns anos atrás, era comum um diabético ter as chamadas complicações tardias da diabetes. Actualmente é possível ter um controlo excelente da doença, sem ter complicações. No entanto, as velhas histórias mantêm-se vivas na memória das pessoas, e isso dá azo a descriminações infundadas contra os diabéticos!

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